segunda-feira, 14 de maio de 2012

Alimentação eléctrica suplementar V1


Durante uma expedição poderemos ter vários equipamentos eléctricos alimentados a partir do panda, e como actualmente funciona quase tudo a 5V, temos de colocar os carregadores/alimentadores ligados à ficha de isqueiro. Fazendo as contas temos: GPS, carregador de telemóvel, carregador máquina fotográfica/câmara de vídeo e um tablet para diversão. Ou seja 4 alimentações, 4 carregadores/alimentadores, o que obriga a comprar um daqueles extensores de tomada de isqueiro, o que dá uma confusão e um volume desnecessário no panda.

Pelas contas acima necessitamos:
GPS - 1x5V
Carregador de telemóvel - 1x5V
Carregador máquina fotográfica e câmara de vídeo - 2x5V
Tablet - 1x5V e 1x9V (depende do modelo usado)
Total: 5x5V (USB) x 1x9V (Jack 2,5mm), todas as saídas terão disponíveis 2 Amperes.

A solução para isto passa em ter já as fichas com a voltagem correcta para cada aparelho electrónico integradas no panda. Estas podem ser encastradas no tablier.
Para se conseguir a voltagem pretendida usamos um regulador de tensão do tipo LM78S05/9, ou equivalente, ele tem à saída 5/9V e 2A o que já é quatro vezes da intensidade (A) que uma porta USB fornece (cerca de 0,5A), mas quanto a isso podem ficar sossegados já que apesar de fornecer mais o aparelho que estiver ligado só vai consumir o necessário para ele! O tipo de regulador de tensão usado, já tem protecção contra sobre-aquecimento e curto-circuito.

Optei por colocar reguladores de 2A, pois desta forma não estamos preocupados onde vamos ligar o tablet ou outro equipamento com mais consumo e a diferença de preço entre a versão e 1A e a de 2A é de cêntimos.


Material:
5 Fichas USB de painel

1 Ficha JACK de 2,5mm

5 Reguladores de tensão LM78S05

1 Regulador de tensão LM78S09

6 Condensadores de 220uF/25V

6 Condensadores de 47uF/25V

5 Diodos Zener 5,6V/5W 1N5339BG

1 Diodo Zener 10V/5W 1N5347BG

6 Dissipadores. Em alternativa podem usar um que aloje todos os reguladores, desde que estes fiquem a uma distância mínima de 1cm entre eles.

6 Kits de isolamento

6 Porta fusíveis e fusíveis de 3A


O circuito:
O díodo zener nos circuitos seve para, se em caso de o regulador de tensão entrar em curto, proteger os equipamentos alimentados.
A alimentação destes circuitos, pode vir do cabo da alimentação do isqueiro, as ligações já sabem, usem sempre ligadores.
Se fixarem o dissipador a alguma parte metálica do panda, usem o kit de isolamento, este é colocado entre o dissipador e o regulador de tensão.
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Sugestão do local para montagem:

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Uma outra sugestão é de se adquirir um candeeiro a led com ligação a ficha USB e usar como luz de navegação.


A partir daqui a imaginação é que manda.

Contador de Km’s parciais e totais


Quando se faz uma expedição ou outro com um RoadBook torna-se necessário um aparelho que dê a indicação dos quilómetros parciais e totais (o mais conhecido é o terratrip), existem soluções para isso no mercado, mas são caras, abaixo irei deixar uma dica para se poder usufruir de um “terratrip” por menos de 15€.

A solução está em usar um ciclocomputador, estes são de baixo preço e dependendo do modelo e preço tem várias funções, embora o que necessitamos é da leitura dos quilómetros parciais e totais.

O mais importante a ter em atenção na aquisição é que deve ser um modelo com fios, com um visor grande e de preferência com retroiluminação.

Não vou perder tempo a dizer quais as funções e afins do ciclocomputadores, isso encontra-se no Google.

O ciclocomputador:
Os ciclocomputadores são compostos de 4 subconjuntos: íman, sensor, cabo e visor.
O princípio de funcionamento consiste em que ao passar o íman pelo sensor este imite um impulso eléctrico que é conduzido pelo cabo até ao visor, o visor conta o número de impulsos e depois traduz como a distância percorrida.


Montagem:
O visor deve ser colocado no tablier em um local de fácil visão e manuseamento, na minha opinão ao lado do inclinómetro, fixos em um perfil de alumínio em L e com a possibilidade de retirar o conjunto usando para isso velcro (uma parte no tablier a outra no perfil em L).


O sensor deve ser colocado em uma parte fixa do panda, sempre no raio de acção do íman que deve estar em uma parte móvel da transmissão do panda.

Todas as ligações devem ser isoladas com manga termoretractil.

Caso a distancia entre o íman e o sensor for grande usem um íman de neodímio, em substituição do que vem com o ciclocomputador.

Para as fixações, em vez de usarem o método mais seguro que é a fixação por parafusos, podem usar Araldite, não usem colas como Super Cola 3 ou do género.

Abaixo ficam algumas imagem sobre possíveis locais da sua montagem (clicar para aumentar):




 







Calibração:
Os ciclocomputadores tem indicação sobre como calibrar o mesmo.

Para acharem o valor do vosso pneu procedam da seguinte forma:

1. Façam uma marca de giz no chão.

2. Em seguida, faça uma marca no pneu, alinhando as duas marcas (chão e pneu).

3. Com a ajuda de um amigo, entre no panda e ande para a frente devagar, em linha recta, até a roda completar uma volta inteira, ou seja, até a marca de giz do pneu tocar no chão.

4. Meçam a distância entre as duas marcas no chão, em centímetros, registando até três ou quatro casas decimais (por exemplo, 2089 mm ou 208,9 cm).

5. Pronto! Esse é o valor de referência que deve ser inserido no seu ciclocomputador, para que ele faça as medições corretas.

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Em alternativa, se estiverem sozinhos, deitem uma pinga de tinta no pneu e andem com o panda, a distância entre dois pontos de tinta, marcados no chão, é a que vão usar.

Após a calibração podem confirmar, circulando num local em que previamente se marcou uma distância mínima de 100 metros ou então comparem com um GPS.

Dicas:
Podem usar dois ciclocomputadores, um para os quilómetros parciais e outro para os totais, assim não necessitam de estar sempre a mudar de função, caso usassem apenas um. Mas também podem usar mais.

Para poderem usar os dois ciclocomputadores usem o esquema abaixo, desta forma usam apenas uma sonda:

Se usarem mais do que dois ciclocomputadores, aumentem aos díodos.
Para acharem a polaridade da sonda usem um multímetro.

Geralmente faz-se o reset aos quilómetros parciais carregando durante alguns segundos um determinado botão, isto por vezes pode dar origem a erro especialmente se a distancia for longa e o roadbook tiver muitos “pontos”. A solução é colocar um botão de pressão NF (Normalmente Fechado) em série com um dos fios do cabo da sonda. Esta dica é útil quando se usa dois ciclocomputadores.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Isolar componentes eléctricos do motor

Vê-se frequentemente alguns pandas com snorkel, mas por vezes os seus proprietários esquecem-se de isolar os componentes eléctricos do motor, tornando o uso do snorkel apenas estético!
Abaixo irei descrever algumas soluções para isolar os componentes eléctricos de forma fácil e relativamente barata.


A solução simples e básica:
Segundo alguns pandistas da velha guarda, basta “encharcar” o distribuidor e velas com Redex Bala. Atenção que convém, deixar secar, caso contrário pode incendiar.


A solução simples e barata:

Distribuidor
Esta técnica é mais barata, mais simples que vedar o distribuidor com silicone ou “fita isolante liquida”, e a grande vantagem é se, em um percurso necessitarmos efectuar manutenção no distribuidor, basta soltar a luva da base do distribuidor, fazer a manutenção necessária, prende-la novamente e continuamos com o distribuidor vedado para o resto do percurso.
Utiliza-se uma luva de borracha, das que são vendidas em casas de materiais de construção, (a luva forrada é mais resistente).
Faz-se um furo pequeno na ponta dos dedos da luva, e passa-se os cabos das velas por eles. Com o punho da luva cobre-se todo o distribuidor.
Passe algumas voltas de “Duct Tape” (também há quem lhe chame fita americana) ou fita isoladora em cada fio, cobrindo uns 3 centímetros do fio e mais uns 3 centímetros da luva. Pode-se também usar silicone na junção do fio com a luva tornando a vedação mais eficiente. Procede-se da mesma forma no punho da luva com o distribuidor.

Bobina
Utiliza-se a outra luva para proteger a bobina, ou se preferirmos utilizamos a coifa de borracha que protege a bobina do Fiat 147.
Uma boa solução é, se possível, passar a bobina para dentro do carro, tendo o cuidado de não deixar perto de lugares onde alguém possa acidentalmente tocar, bater ou encostar algum objecto. Mas também deve ser um lugar de fácil acesso para manutenção.

Velas
Para protegermos as velas, utiliza-se o cachimbo de vela da moto Honda XL 250R.


A solução mais técnica, cara e duradoura:

Material

  • Um tubo de borracha de silicone 300gr com aplicador;
  • 2 metros de tubo de combustível, de borracha com tecido por cima, com 5mm de diâmetro interno.
Distribuidor

1 - Retira-se o distribuidor, tendo o cuidado em observar a posição do eixo do rotor e do corpo do distribuidor, faz-se umas marcas.

2 - Retira-se a tampa e faz-se um furo, de 3 a 5 mm, na parte entre os engates dos cabos de vela que ficarem mais para cima.

3 - Limpa-se o distribuidor por dentro e por fora, inclusive os contactos eléctricos.

4 - Antes de colocarmos a tampa, coloca-se uma pequena camada de borracha de silicone na borda da tampa.

5 - Fecha-se tudo.

6 - À volta do encaixe da tampa coloca-se uma camada de borracha de silicone de borracha com cerca de 0,5cm de espessura, formando uma espécie de cinta à volta com uns 3 a 5cm de largura.

7 - Veda-se também o avanço a vácuo e todos os parafusos/entradas que houver no distribuidor. Absolutamente tudo! Não poupe no silicone.

8 - Encaixa-se os cabos de vela e em cada cabo coloca-se uma camada envolvendo desde o cabo até o corpo do distribuidor.

9 - Coloca-se o tubo de borracha sobre o furo e usa-se o silicone para fixá-lo. Direccione o tubo para cima.

10 - Deixe secar tudo e coloque o distribuidor no lugar, verificando a correta posição do eixo do rotor e do corpo, pelas marcas que fizemos anteriormente.

11 - Liga-se o carro e ajusta-se o ponto se precisar.

12 - O tubo instalado no distribuidor pode ser colocado dentro do veículo. Este serve de respiro, evitando condensação dentro do distribuidor. Se não for colocado este respiro, assim que o distribuidor quente mergulhar em água fria, a humidade interna condensa-se imediatamente, anulando todo o trabalho em isolar o distribuidor.

Bobina

1- Coloca-se também silicone nos contactos da bobina e no encaixe do cabo, do mesmo modo que foi feito no distribuidor, ou alongue os cabos da bobina e coloque-a dentro do carro.

Com este isolamento distribuidor trabalha até submerso.

Pode-se melhorar todo o conjunto colocando cachimbos de vela da moto Honda XL 250R e  a coifa de borracha que protege a bobina do Fiat 147.

Se for necessário abrir o distribuidor, é só puxar com força que o silicone rompe-se. O ideal é passar uma fina camada nesta ruptura antes de se voltar a colocar, num percurso aonde não se tenha borracha de silicone à mão, não há problema. Coloca-se tudo na mesma que vai continuar a funcionar.

Uma variante desta solução é substituir a borracha de silicone por fita isolante liquida, esta é de mais fácil aplicação, por pincel, e depois de seca fica como borracha, não se soltando com a mesma facilidade que o silicone.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pranchas de desatasco

Obrigatório nas expedições, com elas podermos desatascar o panda de locais lamacentos, arenosos, passagem de valas, etc, etc.

Existe muita oferta no mercado, mas os preços são o oposto do Panda… grandes!

Como o peso do panda é de 800kg vazio, as coisas facilitam-se e assim sendo podemos explorar soluções mais económicas que as pranchas de desatasco.
As referidas soluções rondam os 15€ por uma prancha de 1000x200mm, estas são conhecidas no mercado como grelhas de pavimento, usadas para escoamento e drenagem de águas.

Tal como nas pranchas de desatasco, existem muitas opções no mercado, grelhas quadriculadas, grelhas de barras e grelhas estampadas. Os materiais também podem ser dos mais variados, aço, ferro, alumínio e fibra.

Antes de comprarem uma grelha, devem ter em atenção que esta deve ser no mínimo de classe B125 (grelha aplicada em passeios e parques de estacionamento de veículos ligeiros).

A montagem/localização das mesmas pode ser na mala ou se tiverem uma grade de tecto podem ser fixada na mesma.

Abaixo deixo alguns exemplos de grelhas de pavimento que podem ser usadas como pranchas de desatasco.

 

Ar Comprimido - CO2

Todos nós sabemos como é útil para diminuir a pressão dos pneus na areia ou pedra. O problema é que, ao regressar à estrada os riscos envolvidos quando circulando a baixas pressões, pode ser elevado. Também sabemos o quão prático seria ter uma pistola de ar comprimido quando se muda um pneu ou desapertar uma porca e ainda mais quando o factor tempo é importante.

Estas situações podem ser contempladas com um sistema de ar comprimido. Eles são de vários tipos. O motor e depósito, sistema de ar a bordo (OBA por sua sigla em Inglês) e o sistema de CO2.

Neste post vou explicar uma forma fácil e económica para construir um kit de CO2 para uso campista, na garagem ou no todo-o-terreno.

O conceito é simples: CO2 (dióxido de carbono) é armazenado num deposito metálico no estado líquido e em baixa pressão. Quando libertado, tem a propriedade de evaporação, gerando uma pressão que é controlada utilizando um regulador. Assim que chegar a 700-800psi o processo evaporativo pára até que a pressão do gás seja aliviada e volta a reiniciar o processo.

Primeiro vamos esclarecer alguns pontos sobre as características e vantagens da utilização de um sistema de CO2 contra um deposito tradicional ou OBA:
  • Um sistema de CO2 tem as mesmas características de um sistema de ar comprimido, e consiste apenas em um cilindro metálico e um regulador de pressão.
  • Permite o uso de ferramentas pneumáticas
  • Fornece a mesma potência e velocidade do que qualquer motor de compressor e custa menos do que muitos compressores de ar para serviços pesados

  • e 12 volts.
  • É capaz de encher um pneu de 33” em menos de um minuto.
  • O CO2 não é tóxico, corrosivo e não é totalmente inerte (não inflamável).
  • É muito portátil, pode ser levado para locais de difícil acesso.
  • A recarga é barata e simples.
  • O transporte de CO2 não é perigoso.
  • É muito mais eficiente do que um depósito de ar comprimido.
Como construir o Kit de CO2
Material:
Uma botija: Podemos comprá-la em fornecedores de equipamentos de soldagem, extintores de incêndio ou restaurantes. Para a preparação do kit de CO2 podem usar um extintor de 6 quilos, mas podem usar outros de diferentes capacidades e até mesmo botijas, a autonomia depende dos quilos de CO2 armazenados e da pressão. 

Um regulador de CO2: Existem no mercado dois tipos de reguladores, fixos e ajustáveis. Para uso em expedições, o mais conveniente será um de pressão fixa (por causa de sua simplicidade, custo e menos partes móveis) de 80-100 PSI, e que será mais do que suficiente para encher os pneus rapidamente e “alimentar” ferramentas de ar comprimido (estas danificam-se se operadas a mais de 120 psi).
O regulador deve ser o indicado para o depósito, deve-se usar fita teflon nas roscas para obter uma melhor estanquecidade.

Versão final: Na imagem abaixo poderemos ver já o kit montado, julgo que não são necessários mais esclarecimentos.


Melhoramentos:
Para podermos usar este kit, sem qualquer tipo de melhoramento, devemos ter em atenção de que se deverá usar o depósito na vertical (válvula para cima) ou com uma inclinação máxima de 30º

Para se montar o kit na horizontal, útil para soluções fixas, deve-se fazer a seguinte alteração:

1 - Desapertar a torneira, tendo em atenção que que não existe pressão dentro do depósito!



2 - Usar tubo de cobre e cortar de acordo como indicado e com dimensões que se aproximem da imagem abaixo e apertar na base da torneira (dependendo dos modelos, pode ser necessário roscar a o orifício da mesma). Para bom entendedor, não são necessárias mais palavras.



4 - Fazer uma marca para se saber em que direcção esta a extremidade do tubo de cobre, e apertar o conjunto.




E pronto já não existem limites para a sua utilização.

Suportes/fixação:
Existem muitos tipos no mercado, tudo depende de onde se vai colocar o Kit de CO2 e como. Abaixo deixo alguns exemplos:

Localização:
A localização, fica ao critério dos pandistas, se bem que existem dois locais de referência; a mala e se usarem grade de tecto podem fixar lá, por exemplo de um lado o Kit de CO2 e do outro o extintor.

Acessórios:
Existe um sem fim de acessórios que se pode usar. Abaixo deixo alguns exemplos:

 

Segurança:
  • A mangueira a utilizar deve ter uma pressão de trabalho nunca inferior a 200PSI.
  • O Kit de CO2 deve ser manuseado com o mesmo cuidado como qualquer outro recipiente pressurizado, protegendo-o de quedas e colisões.
  • Deve-se usar sempre luvas no seu manuseio.